As olimpĂadas foram criadas com o intuito de unir as nações de todo o globo e pĂ´r de lado a rivalidade entre esses atravĂ©s do esporte durante algum tempo. Mas do que adianta o Estado querer unir nações se o mesmo está falido, caĂłtico e desunido?
NĂŁo Ă© de hoje que o Rio de Janeiro está violento. De tempos para cá, a violĂŞncia sĂł tem se intensificado nas ruas das cidades, talvez por conta da famigerada crise tendo como força matriz. É inacreditável pensar que em um estado que tem de unir seu povo (utopicamente falando, por conta dos valores olĂmpicos) apenas deixa ele cada vez mais desigual em seus direitos como o de ir e vir. Bons exemplo sĂŁo o de Ryan Gabriel de 4 anos, que foi morto enquanto brincava no quintal da casa de seu avĂ´, em Madureira, e o de Amarildo, pedreiro que foi assassinado pela PM em 2013 por ter sido confundido com um traficante. Esses sĂŁo apenas alguns dos vários outros que foram e sĂŁo assassinados por nĂłs (visto que omissĂŁo tambĂ©m Ă© uma forma de crime) no dia-a-dia.
NĂŁo Ă© necessário numerar os outros “Ryans” ou os sonhos, como os dele, que foram destruĂdos por conta de um estado negligente que se interessa mais em agradar suas prĂłprias filantropias. Como as "barreiras acĂşsticas” postas na favela da MarĂ© que tampam a favela como um todo mas em contraponto mostra desenhos de crianças que estudam na favela. Aliás, o que a prefeitura do Rio diz sobre? É dito que a barreira Ă© com a intenção de preservar a comunidade, pois esta Ă© vizinha da linha vermelha, quando na realidade Ă© para que os estrangeiros, aos saĂrem do Aeroporto do GaleĂŁo, nĂŁo fiquem “apavorados” com a realidade do nosso povo nas favelas.
E pra que exportar o medo europeu do ISIS, com hipóteses de atentados durante o evento, se já temos quem entre em hospitais com granadas e nos assassinem aos poucos? Aliás, não temos nem hospitais para serem invadidos.
A que ponto chegamos? Quando que o Estado faliu? Por que foram tĂŁo imprudentes com seu prĂłprio povo e por que deixam de pagar servidores pĂşblico e persistem nessa olimpĂada que já nasceu morta?
Seria o caos, a desigualdade e o medo os Ăşnicos legados olĂmpicos da falida cidade maravilhosa?
MatĂ©ria feita por Rafael Bahia, revisada por NĂcolas Neves